Tudo começou quando os europeus viram a necessidade de usar máquinas e tecnologias no campo devido à falta de mão de obra. Hoje, a promessa é a de que a colheita de uva mecanizada reduz custos e otimiza o processo nos parreirais.
Naquele continente, assim como na Argentina e Chile, o movimento já representa boa parte das propriedades de viticultura. No Brasil, a primeira máquina de colheita de uva surgiu há poucos anos. Ainda assim, pesquisas têm sido feitas provando o valor do investimento.
Neste conteúdo, você vai saber mais sobre o cenário da colheita da uva no nosso país. E também vai se atualizar sobre a mecanização. Assim como se lembrar da importância do uso de produtos de qualidade em cada etapa desse processo.
A produção e a colheita de uva no Brasil
Antes de falarmos sobre a colheita de uva mecanizada, é interessante olharmos para o Brasil. Os dados sobre a produção de uva no Brasil não são tão recentes. Conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as últimas atualizações são de 2017 e 2022.
Dessa forma, temos os seguintes números:
- Quantidade: 1.450.805 toneladas
- Valor da produção: 4.536.903 mil reais
- Área: 74.798 hectares
- Estabelecimentos: 9.021 unidades
- Número de pés: 37.310 mil unidades
- Maior produtor: Rio Grande do Sul
Com base em publicação recente do governo de RS, ao todo, são 539 vinícolas em atividade. E tem mais: são 15 mil famílias que produzem uvas em 47 mil hectares. A expectativa é que, para 2024, a vindima (colheita de uva) chegue a 719 mil toneladas.
O movimento que acontece no Sul do país é interessante. Durante o ano, a região se prepara para receber os turistas para a vindima, de janeiro a março. O RS é responsável por 90% da produção de vinho e suco do país e, logo, é o que mais recebe visitantes.
Para o Ministério do Turismo, os principais produtores e expositores no Sul do país são:
- Flores da Cunha;
- Bento Gonçalves;
- Gramado;
- Canela.
Visto isso, é hora de falar do processo da colheita de uva. Na teoria, o processo deve acontecer quando a maturação do fruto chega a níveis de açúcares e ácidos necessários para vinhos. Conforme a maturação avança, perdem-se ácidos e aumentam-se açúcares.
No entanto, um pouco mais distante do que seria ideal, temos que considerar a complexidade das etapas. Afinal, envolve variáveis, tais quais:
- Quantidade produtiva;
- Condições do clima;
- Extensão da propriedade;
- Colheita mecânica ou manual, etc.
A colheita da uva manual
Dentro das variáveis, o tipo de colheita. No Brasil, acontece de forma manual. Ou seja, utiliza-se tesoura apropriada com pontas arredondadas e sanificada (tratada com cloro). O corte é feito no pedúnculo, rente aos ramos de produção, para diminuir a perda de água.
Existem algumas técnicas nesse trabalho feito com as mãos que garantem a qualidade da uva. Por exemplo, os viticultores não devem tocar as bagas para que a cera natural do fruto (pruína) se mantenha íntegra.
Outra dica é sobre os horários: a colheita acontece nas horas mais frescas do dia para evitar a perda de água pelos cachos. Se a perda do líquido é ruim, o excesso também. Por isso, é preciso cuidado na irrigação e com as chuvas. Portanto, os cachos molhados não são colhidos.
Depois dessa parte, os cachos são acomodados em caixas de colheita, os contentores. O ideal é uma única camada de uvas e com pedúnculo para cima. Os contentores possuem aberturas nas laterais e são forrados com materiais flexíveis, leves e laváveis.
A partir disso, acontecem as etapas seguintes, como o transporte para embalagens. A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) traz as recomendações desse tópico. E outras, como sobre o tipo de transporte e as embalagens usadas.
A colheita de uva mecanizada
Por outro lado, a mecanização da colheita da uva é um assunto cada vez mais pautado entre os viticultores internacionais. Há uma informação importante: a falta de mão de obra levou ao uso de colheitadeiras mecânicas, um movimento mundial que aconteceu em 1960.
Ainda que se tenha vantagens disso, como na economia, o Brasil é um país que opta pelo trabalho manual na maioria dos parreirais. Por outro lado, há quem diga que o processo feito com as mãos garante mais qualidade na seleção das videiras e cachos.
De todo modo, podemos ver máquinas realizando a tarefa em alguns lugares por aqui. A taxa de mecanização é bem menor do que em outras partes do mundo, mas há projetos voltados para o uso da nova tecnologia que devem mudar esse contexto em breve.
Em anos, se na Europa a colheita da uva mecanizada se tornou realidade na década de 60, na América do Sul isso acontece 30 anos depois. Hoje, Argentina e Chile são referências no assunto. O motivo é o mesmo: falta de mão de obra.
No Brasil, a primeira máquina para colheita de uva foi adquirida por volta de 2015, em Santana do Livramento (RS). Agora, o mercado está em busca de associações que tornem o mercado mais competitivo e dinâmico.
O histórico das máquinas na colheita da uva
O investimento da tecnologia na viticultura para criar máquinas vem desde 1953. Neste ano, a Universidade da Califórnia, Estados Unidos, apresentou um protótipo. Era um mecanismo acoplado ao trator agrícola.
Alguns anos depois, a Universidade de Cornell, no mesmo país, apareceu com outra ideia. Era um sistema que acontecia por vibração vertical em um sistema espaldeira. Várias patentes foram aparecendo ao longo do tempo, o principal destaque foi da Chisholm Ryder.
Criada por Joseph Ortin para essa companhia, a Máquina de Colheita de Uvas era do tipo arrastada, acoplada ao trator com acionamento e sistema de recolhimento. Um protótipo para o que seria as hastes sacudidoras dos dias atuais.
Assim, o mercado foi se transformando. Uma das últimas patentes de sucesso foi dos franceses Jean-Paul Berthet e Bruno Montalgu. É um conjunto de hastes sacudidoras acopladas em um túnel de recolhimento.
O mecanismo de uma colhedora de uva
Depois desse histórico, podemos avaliar um funcionamento muito parecido de todos os maquinários. As colhedoras de uva comercializadas tendem a ter os seguintes mecanismos:
- Hastes sacudidoras: desprendem as bagas dos cachos;
- Sistema de vedação: recebem as bagas e impedem a caída ao solo;
- Sistema de transporte: sistema de rolagem sequencial a vedação;
- Reservatórios de uvas: onde as uvas ficam depositadas;
- Aspiradores e trituradores: retirada do material mais leve que a uva.
Isso ajuda a entender que, para cada criação e patente que surgem, pequenas alterações são feitas, seja nas hastes ou em outros sistemas, sem a necessidade de se fabricar um equipamento desde o começo.
Colheita de uva mecanizada no Brasil: o que esperar?
Se a primeira máquina apareceu por aqui em 2015, alguns anos depois outros movimentos parecidos começaram a acontecer. Em 2018, o G1 falou da tecnologia na colheita de uva. “Automatização faz com que trabalho que levava 2 horas seja feito em 15 minutos”.
Além disso, um artigo publicado na Embrapa em 2021 mostrou que o uso da mecanização na colheita de uvas no Brasil rendeu bons frutos.
“A colheita mecanizada foi viável em vinhedos maiores que 14,1 hectares, reduzindo 6,6% o custo total pela diminuição de mão de obra. Portanto, a colheita mecanizada em latada pode ser ferramenta importante para regiões com foco em uvas para processamento”.
O que podemos esperar desse processo no Brasil pode ser descrito como o que foi publicado no XXII Encontro de Pós-Graduação da Universidade Federal de Pelotas (RS).
“A implementação do cultivo mecanizado na viticultura traz benefícios culturais e econômicos, bem como otimização dos tratos culturais, porém é necessário maior capacitação dos produtores não apenas para a implementação dos vinhedos […]”.
“[…] Bem como sua condução na forma mecanizada, para assim se alcançar o máximo de rendimento e não ter problemas culturais, ocasionando consequentemente prejuízos”.
Garanta qualidade na colheita de uva
A mecanização na colheita de uva é um movimento que, ainda que lento, parece indicar o futuro. Mas, independentemente disso, seja no processo manual ou mecânico, é importante contar com produtos e acessórios de qualidade para garantir um processo eficiente.
Por exemplo, na hora de sustentar e conduzir melhor as plantas, o arame precisa ser muito resistente. O Belgo Frutifio tem tripla camada de zinco, proporcionando alta resistência contra desgastes e agentes corrosivos típicos da viticultura. É um produto muito durável.
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